quarta-feira, junho 13, 2007

Advento


Um barco navega no mar,
sem vela, sem leme, sem rumo.
À deriva, completamente abandonado ao seu destino,
o pequeno barco balança sobre as ondas,
estremece cada vez que o vento assobia pelo convés.
Não tem marinheiro, nem ponte de comando,
apenas dança conforme a música das ondas enraivecidas.
Esse barco somos nós.
Quantos de nós não se perdem em devaneios,
vagueando sem rumo pelas ruas,
em busca da árvore de Natal perfeita, do jantar de Natal perfeito,
do ambiente perfeito, do presente perfeito – do Natal perfeito?
Tal como o pequeno barco,
balançamos ao som das melodias de Natal,
num ledo engano que não leva a lugar nenhum.

Porque não ousamos ser diferentes,
vivendo o advento pelo que ele significa,
preparando a chegada daqu’Ele que tudo faz por nós?
Tocados pela serenidade, teremos a consciência de que o verdadeiro Natal
nada tem a ver com consumismo,
antes é todo caridade, família, paz e amor...
Jesus é o rumo que nos leva a bom porto,
e temos que estar vigilantes pela sua chegada,
para o acolher nas nossas vidas, tal como Sua Mãe o acolheu.

Ousar, estar vigilante, orar, deve ser esse o nosso mote,
a carta que devemos seguir neste mar revolto dos dias de hoje.
Estando atentos, abriremos a nossa alma às subtilezas do verdadeiro Natal,
e receberemos o nosso Jesus de braços e coração aberto.

E o pequeno barco terá um rumo, uma orientação,
e atravessará oceanos e mares, sem nunca naufragar.
Porque ousou ser diferente, ousou preparar-se,
ao invés de se deixar levar pela vã fantasia do efémero.
Ousou atravessar as ondas com a teimosia da fé, vigiando sempre,
e vence a cada porto seguro que encontra.

Jesus, ajuda-nos a encontrar neste advento o caminho até ti, para que possamos descobrir o verdadeiro natal, sem as futilidades de um Natal em vão.
Ajuda-nos a vigiar, a orar, a rumar ao porto seguro que é o teu Presépio, sem nunca sofrer o desvio do mar revolto da vida da humanidade de hoje.
Porque, contigo na ponte de comando, o rumo estará traçado... até ti.
(c) Bluerussian